Placas de vídeo ficarão 50% mais caras por causa de nova tributação

Bom galera, resumindo, as placas de vídeo vão subir bastante de preço, vale apena comprar logo quem está pensando em jogar Heroes of Newerth e não tem uma placa boa, ou qualquer um que pensa em melhorar o pc, essa é a hora.

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"As placas de vídeo acabam de ficar mais caras no Brasil. Na última quarta-feira, dia 22 de julho de 2009, o Diário Oficial da União trouxe a novidade: Através da Solução de Divergência Nº 6, a Receita Federal enquadrou as placas de vídeo no código 8471.80.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que classifica diversos tipos de mercadorias nos países integrantes do bloco econômico. A NCM serve como base para a tributação de uma mercadoria, de acordo com o código em que ela esteja enquadrada. E essa nova classificação das placas de vídeo representa um aumento nos impostos cobrados sobre elas, o que resultará no aumento do preço do produto no mercado nacional.

Esta é uma mudança que gerou um certo rebuliço na indústria brasileira de informática, e não é para menos: as placas de vídeo, que antes se enquadravam na categoria “placa de microprocessamento com dissipador de calor”, tinham 0% de imposto sobre importação e 2% de IPI (imposto sobre produtos industrializados). Com a nova classificação, enquandrando-as como “outras unidades de máquinas automáticas para processamento de dados”, as placas de vídeo passam a ter 15% de imposto sobre importação e 16% de IPI, somando um aumento inicial de 31% no preço do produto. No entanto, é possível esperar um aumento final de cerca de 50%, pois há mais impostos que são calculados a partir desses dois iniciais.

Profissionais da área especulam que a mudança vise promover a produção das placas de vídeo na Zona Franca de Manaus, ao desestimular os revendedores nacionais com relação à compra dos produtos importados. Segundo o economista Israel Barros “é comum os países fazerem uso de políticas tributárias protecionistas visando o fomento da indústria nacional. Eles super-tributam certos produtos e/ou componentes ao mesmo tempo em que investem em pesquisa e desenvolvimento”, mas complementa: “O problema é quando essas políticas são feitas pela metade, quando aumentam a alíquota do imposto de importação, mas não fomentam a indústria caseira”.

Além dessa questão levantada pelo economista, outra dúvida aflige os que trabalham com informática no Brasil, e ela está relacionada à curta vida útil das placas de vídeo. Novos modelos são lançados a cada seis meses, pois o avanço da tecnologia nessa área é muito rápido e constante, mas é característica da indústria brasileira decidir se irá fabricar determinado produto somente após verificar seu sucesso no mercado exterior – processo que costuma levar de três a seis meses. Após essa etapa, a fabricante brasileira teria de receber o CKD (Complete Knock Down) – uma espécie de modelo de montagem do produto – em um processo que costuma levar dois meses. Some a isso uma média de mais dois meses para a fabricação, embalagem e distribuição. É bastante tempo para uma tecnologia perecível chegar ao mercado, não?

“O Brasil vai eternamente viver de produtos obsoletos?”, questiona uma de nossas fontes, um executivo do ramo de informática nacional. Mas ainda há outros fatores preocupantes. Um deles é a possibilidade de que as placas de vídeo produzidas no Brasil acabem custando ainda mais caro do que as importadas custavam antes. Isso porque ainda há custos com a mão-de-obra, de 7 a 10 vezes mais cara que na China (onde esses produtos costumam ser fabricados) e demais impostos, incluindo os 16% de IPI. É o chamado “Custo Brasil”, aliado a mais um fator de preocupação que surge através de outra característica da indústria de placas de vídeo: a enorme quantidade de modelos disponíveis.

De acordo com nossas fontes, um produto precisa ter vendagem média de cinco mil unidades por mês para ser produzido de forma competitiva no mercado nacional, mas há modelos importados de placas de vídeo que chegam a vender entre 200 a 500 unidades no Brasil todo. Esse cenário deverá fazer os fabricantes nacionais optarem pelos modelos mais populares, e os modelos menos populares – incluindo os chamados “top de linha”, tão amados pelo público entusiasta – provavelmente só serão adquiridos via importação, e mais caros, devido ao aumento de tarifas.
Esse encarecimento no preço das placas de vídeo também deve influenciar os preços de computadores montados no Brasil, pois os fabricantes terão que pagar mais para adquirir essas peças e integrar aos seus produtos. Uma opção estratégica seria produzir todos os computadores com placas de vídeo onboard – integradas à placa-mãe – o que prejudica a performance, impossibilitando a execução de aplicativos que exijam mais da máquina em termos gráficos. “Isso seria um retrocesso para a indústria nacional, além de dificultar o acesso do consumidor a um computador de boa performance”, opina outra de nossas fontes na indústria de tecnologia brasileira.

Fonte: http://adrenaline.com.br/tecnologia/colunistas/46/placas-de-video-ficam-50-mais-caras-no-brasil.html



Nota da nVidia sobre o assunto:

Nota da nVidia Brasil:

“A NVIDIA como uma empresa séria e comprometida com nossos clientes, parceiros e a evolucao de inumeras industrias, respeita a decisäo do governo brasileiro e do Coana e sempre obedecerá as leis e regulamentaçoes impostas.

Porem, hoje ao nosso ver, o Brasil deu um enorme passo para tras no desenvolvimento de diversas industrias produtivas, criativas e cientificas que dependem fundamentalmente das GPUs para produzir conhecimento, valor, riqueza e a base para o desenvolvimento continuado do pais. Hoje, sem qualquer sombra de duvida, todo e qualquer engenheiro, arquiteto, projetista, designer, cientista, quimico, fisico, pesquisador, artista, geólogo, geofisico, médico depende direta ou indiretamente das GPUs para exercer suas profissoes. A propria Petrobras depende de GPUs para explorar e produzir petroleo assim como Volkwagen, Ford, GM, Fiat para produzir automoveis mais seguros e a Embraer a produzir avioes mais eficientes e seguros. Hospitais e laboratorios medicos dependem de GPUs para diagnosticar pacientes e salvar vidas, algumas vezes, antes que estas venham ao mundo.
O aumento da tributação apenas encarece, dificulta, desacelera e reduz a produtividade e qualidade de resultados obtidos por estes profissionais que formam a base da producao de conhecimento e valor e a preservaçao e melhoria da qualidade de vida em nosso pais.

Mais uma vez, demonstra-se que os interesses de um pequeno grupo com agendas de curto prazo e visão limitada e míope das tecnologias de GPUs e seus usos em diversas industrias, se sobressai e anula os interesses de longo prazo de desenvolvimento de inumeras industrias e o desenvolvimento do nosso pais.
Mais uma vez o aumento da tributação, potencialmente resultará no favorecimento e crescimento da indústria da informalidade uma vez que a demanda por GPUs jamais poderá ser plenamente suprida pela indústria local com suas inúmeras limitações produtivas, financeiras e de escala. Mais uma vez corremos o risco de voltaremos à situação de 3 anos atrás quando 98% de mais de 500.000 GPUs consumidas no Brasil por trimestre, poderá possivelmente, ser fornecido pelo mercado informal que não gera nenhum ganho ao pais.

Nós estamos decepcionados com a falta de visão de longo prazo e visão estratégica do que é melhor para o país""